O desejo inevitável de descobrir, de transfigurar a realidade, de desconstruí-la e reelaborá-la e de desejar não somente o que é oferecido levou os homens, na Roma Antiga, no período correspondente ao mês de junho, a promoverem muitas festas para comemorar as boas colheitas e homenagear Juno – a deusa da fertilidade. Havia comida e diversão em abundância, às ruas eram enfeitadas e as fogueiras acesas para espantar os maus espíritos da esterilidade, das pestes e das secas. Desde os tempos antigos, o fogo esteve presente nessas festas. Segundo Câmara Cascudo, não há culto mais amplo, nem mais antigo que o culto ao fogo. Afugenta fantasmas noturnos em qualquer parte do mundo. Acendiam-se fogueiras desde as ilhas da Inglaterra até a Europa Central e da Escandinávia até o Norte da África.
AS ESPADAS DE FOGO DO SÃO JOÃO DE CRUZ DAS ALMAS E A SUA FAMOSA “GUERRA DE ESPADAS”: HISTÓRIA, TRADIÇÃO E POLÊMICA. EDISANDRO BARBOSA BINGRE As espadas A espada originou-se do diabinho ou mosquito, canudinho de papel de cerca de 5 centímetros de comprimento por 3 a 4 milímetros de diâmetro, cheio de pólvora socada que corria doidamente nos passeios, trepava nas paredes ou arrancava do solo e se extinguia no ar; mas também muitas vezes, indiscreto e malicioso, metia-se debaixo das saias, provocando sapateados, gritos e carreiras. Depois surgiu o busca-pé chorão, assim chamado porque apenas corria e chiava, inapto a explodir. Esse já era feito de um pequeno gomo de taquara, reforçado exteriormente por um carbonato enrolado em espiral, e fechado com barro de massapê em ambas as extremidades. Numa delas, o fogueteiro abria com a broca o orifício do mesmo nome e, enchendo-o com pólvora umedecida para melhor aglutinação, preparava a escóva do artefato, protegendo...
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