Cheiros,sabores,saberes. Partindo do pressuposto de que culinária e ser humano mantém íntima relação desde os primórdios, acredita-se que os alimentos estão visceralmente ligados a cultos religiosos, a festividades, implicações mágicas, a simbologia e a superstições. A finalidade não é só a alimentação, é, sobretudo, a recorrência a tradições e rituais. O ciclo junino apresenta uma culinária com características bem típicas, e se espalhou por todo o país com intensidades diferentes. No nordeste, coincide a culminância da colheita do milho, plantado três meses antes, nos festejos de São José. Portanto, o cardápio da festa junina não pode passar sem o cereal, consumido em múltiplas apresentações: assado, cozido na água e sal, sobre a forma de bolo, de canjica, de pamonha. Em Pernambuco, por exemplo, se come milho em qualquer época do ano. Neste momento, certamente, tem um um milho quentinho saindo para viagem.
AS ESPADAS DE FOGO DO SÃO JOÃO DE CRUZ DAS ALMAS E A SUA FAMOSA “GUERRA DE ESPADAS”: HISTÓRIA, TRADIÇÃO E POLÊMICA. EDISANDRO BARBOSA BINGRE As espadas A espada originou-se do diabinho ou mosquito, canudinho de papel de cerca de 5 centímetros de comprimento por 3 a 4 milímetros de diâmetro, cheio de pólvora socada que corria doidamente nos passeios, trepava nas paredes ou arrancava do solo e se extinguia no ar; mas também muitas vezes, indiscreto e malicioso, metia-se debaixo das saias, provocando sapateados, gritos e carreiras. Depois surgiu o busca-pé chorão, assim chamado porque apenas corria e chiava, inapto a explodir. Esse já era feito de um pequeno gomo de taquara, reforçado exteriormente por um carbonato enrolado em espiral, e fechado com barro de massapê em ambas as extremidades. Numa delas, o fogueteiro abria com a broca o orifício do mesmo nome e, enchendo-o com pólvora umedecida para melhor aglutinação, preparava a escóva do artefato, protegendo...
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